18.2.06

para fins de desorganização; sem métrica agora...o que dormia no abnegação

Olha, da primeira vez que eu estive aqui...
gostou de estar pendendo suspensórios.Embora a calça já lhe quisésse sugerir encomodoentre as bandas brancas da bunda.
Foi que viu os amigos de sempreum que trazia ao corpo sua jardineira aveludadaE quis chorar quando o abraço rebuscou...
...Densidade,dos medos, e das lembranças.
ea namorada, aquela,lá estava;e aqui está.num verso de silêncio....Digo apenas da roda, e que fiquei feliz.
que todos sorriam enquanto cantavam,juntos,o nosso Passado.
....
Encontrou-a no ponto da farmácia:
- Que ce vai fazer hoje?
- Acho que vou pra casa brigar com meu irmão mais novo, pedir dinheiro pra minha mãe antes de me trancar no quarto, ler Rimbaud pra inspirar minha rebeldia inútil, e tomar banho de banheira enquanto o mundo se acaba lá fora...por quê?
-Ah! Sei lá! Pensei em te chamar pra fazer alguma coisa, mas seu plano é de longe bem melhor que o meu...não faria sentido! Eu só vou andar por aí...só andar...
E subiu no ônibus vazio,Deixando ficar algumas de suas muitas interrogações...
...
...é então que sou surpreendido
bem pelo comecinho da Heitor Penteado,
naquele muro cheio de anúncios sobre shows.
Ora, nada mais nada menos que a dupla:
Teodoro e Sampaio
...e a criatividade humana me testa mais uma vez.
...
-eu te amo-eu não gosto que você me toque-você quer destruir a minha vida?-como é?-se você quer destruir a minha vida?-eu quero você destruindo a minha-então vem...faremos amor-não quero fazer amor-quer quê?...Coito ...Felação ...intercurso genital
- quero que você morra antes de me enfadar, e que se acabe antes do mundo, e antes que todos comecem a pedir perdão. Quero que você morra quando tudo estiver mal...porque enquanto está cá bem...eu te amo
e eu quero você destruindo a minha vida
...
diz q vc não sabe mais o q dizerlogo vai ter algo a dizer sobre issoe logo outro a dizer sobre esteaté q vai estar dizendo denovo
...
- O Acre é a bunda do Amazonas
...
É certo que havemos de ter tomado o mesmo ônibus algum dia.Eu e você, alheios, longínqüos, profanos, e profícuos em tomar ônibusCada qual em seu banco do momentoEm si mesmando, e olhando tudo, distraídos muito
Não poderíamos se quer ver, pela janela entreaberta,Que já nos conhecíamos...
Dias ou meses depois desseViríamos a entenderQue, de fato,já nos conhecíamos.
Cada qual sentado em seu banco do momentoDescendo, cada qual, em seu ponto preferidoPequenos donos alheios, de um mesmo trajeto...
...infinito.
...
E agora Machado,
O que vai ser de mimsem o teu suin?
...
Faz zum, faz zum bonito!
Faz zum, zum, zum: tão lindo!
Zum...zum...zum...zum... no meu ouvidinho!
Né?
Pernilongo filho de uma puta!
Eu te caparia eu juro se não fosse mais fácil te matar!
E ainda fêmea!
Está pra nascer o médico que ligará as trompas de todas as pernilongas do mundo!
E eu quero estar vivo! Ora, como eu quero estar vivo pra rir estirado e morrer em paz!
...
- Eu te amo! - disse o menino louco.


- E eu te amo! - retrucou-lhe a loucura.
...
"Ah! Vovô malandro todo prosa!
Quis o domingo mais quente do mêsDe lua mais manhosa...
...só pra voar, e vôou daqui!
Vai Vovô! Vai saber do mundo que os livros te pintavam!Essa vida te queria morto, mas que tola!Mal sabia a pobre, que eras carioca quente!
Malandro todo e prosa!Num tal samba diferente!Veio cantar junto da gente!Pra esquentar o mundo em roda!
Vovô tu és faceiro! Escolheste à dedo!Quis domingo descalço e mulato...
Pra voar, não é Vovô? pra voar daqui..."
...
Mas que bagunça essa do meu quarto! São tantos picotes tristonhos, tantos retalhos! Tantas idéias morrendo no chão! E quanto brinquedo esquecido no armário!É tanto papel clamando poesia! Já não os entendo, inexisto no que um dia escrevi! Estão presos os versos, assoalhados, e mal me posso ver dizendo tais coisas, nem me reconhecem antigos versejos! Dou-lhes esmola, agradecem, e se vão...
Mas que solidão malina esta de não ser! De falar pela boca dos outros, e de sentir sufocar no peito dos outros! E de não ser próprio! Que solidão calada essa de ser papel! Mas que tristeza teimosa a de sentir e desistir logo depois, mas que dor essa de não saber por onde começar tal adiada arrumação!
"Um dia eu acho que cresço! Um dia eu arrumo tudo isso aqui!"
Mas sou criança demais, e sempre me estiro comprido na cama, e o mundo-retalho do chão do meu quarto, se aperta pra ver, numa ponta de luz que esqueci na janela, tal mundo outro e tanto maior, que este mundo pouco tanto menor, embora tão igualmente vivo e morto, dentro de mim...
...
Eu deixei de estudar no inverno.E agora quero que vocês saibam que faz sol lá fora...Faz sol no mundo...enquanto eu estudo geografia...
E dou tchauzinhos intermitentes; por entre uma linha e outra, à Carolina que dança na janela...Perversa e desconhecida Carolina de Yuri, que dança suas danças vivas de perversidades...
Se ainda o sol não me viesse encher os olhos, poderia até fingir felicidade aqui dentro...mas ele me invade, ele não cansa de abrir os olhos, e cegar os olhos com verdades infinítas, e não me quer fingindo...
É dentro do gesso que meu pé reclama, o coração pulsando nele......e as linhas correm aflitas pelas marchas de Alemães......De cruzes gamadas no braço...e a juventude brincando nos dedos, as infinítas desilusões...
...
Eu quero voltar a ser o cara inteligente que fui.
E não ler Guimarães como quem lê a mão de alguém que não gosta, e não quer bom destino.
Eu costumava acreditar em constelações inteiras em papeis de pão.
E agora, eu que queria morrer com o mundo todo: decidi morrer sozinho.
Só pra evitar, o quanto puder, viver um mundo igual a este quando eu morrer.
Vou desenhar algumas estrelas a mais...e ver quanto tempo leva pra esse tempo acabar.......
é a hora, e é a vez, do Burrinho Pedrês... chove lá fora uma chuvinha...aquela lá de Manuel Bandeira...a chuvinha derradeira de quem é sozinho entre as pessoas....
Os heróis não voltam nícolas...eles não vão voltar mais...
...


o eterno retorno.


"Tofu não é queijo......e não serve pra misto..."

11.2.06

com uma gota de clausura eu contruí,

um piquete, um rutilo breve, e um avião...

Com o piquete faço acabrunhar os vivos;

e ao avião: ordem de bombardear o que não se podia.

Com o rutilo, enfim: brilho lúcido e miúdo,

Eu recompasso o passo todo do céu.