26.4.06

Mas eu estava distraído cabulando aula com um chocolate gelado na mão, uma baguete noutra, e um sorriso orgânico de que, se agora resistisse em aula, estaria cabulando vida.

10.4.06

voltou, trouxe uma bisnaga e aqueles olhos fundos nas mãos; me empostou contra a parede usando a loucura como músculo, disse que eu era uma vergonha, uma vergonha mesmo. Que não se pede desculpas. quem sabe dissimula e é dissimulado! Me enfiou a bisnaga guela abaixo, e me fez engulir aquela verdade horrível. no que saí correndo pelo corredor querendo engasgar, com ânsia até que não havia bisnaga, tampouco o que vomitar. Então finge que ele não digitava coisas no meu teclado e fiquei contando meu passado pelas fotos. Até que as fotos viraram pontinhos de cor e eu as misturei como queria. Coloquei as três uma do lado da outra, mas só a última fazia sentido. Já que com ela a vida é criação contínuada...a vída esta pelas primeiras letras enquanto eu crio o final. com ênfase no meu canto de...
- sai do meu quarto.
- eu sou velho e como pão
- sai daqui com suas polainas!
- eu sou velho, e a vida é tédio.

a vida é tédio.
a vida é tédio

a vida é tédio menino
a vida é tédio.

talvez não agora que você não tem barba. mas bate os 50, e pronto. Uma bigorna se amarra nas possibilidades e então, a televisão vira seu livro de cabeceira. Vai abraçar o passado que fica pequeno, então vai segurá-lo menor até que ele se vá nos dedos.
A vida é fim.

-sai da minha cabeça.
- ... faço mala, enfio-me numa e vou.
- vai e leva essa polaina ridícula que eu vesti em você pra ficar mais fácil.


Enfiou a televisão na mala e saiu pela porta de trás.
Vestindo polainas um senhor sai da minha cabeça quando estou dormindo. Faz a água bater no encalque, a condito do senhor Rubrica. Quando vem as vespas é que a coisa toda some, a coisa se coisa informe.

- fala 1
diálogo
- fala 2

Protubérios, insensatez e recalque denovo.
O csóki lambendo meu umbigo uniforme.
Eu que fui tantas vezes alguém.
Eu que tive medo. Eu não sei usar verbos.

A mulher então, da vida existe. Existe mesmo.
E eu? Existo homem?

- fala 3
monólogo
- fala 4

sou eu música?
Estrutura sem conteúdo.
Potencial para amar, e morrer de amores.
Maquinalmente imperfeito e triste?

.........................................................................................................................................................................
Pronto
Lá vem de volta
o que saiu de polainas e foi comer pão
aquele senhor impugne.

depois volta, se abriga
e me obriga a acordar.