30.7.10

o copo servia pra guardar tudo
e a brincadeira era sorver com goles pequenos

daí eu segurei o dito com as duas mãos
estiquei os braços erguendo-o na minha frente.

e pedi. venham. entrem no copo.

esperei um pouco. olhei pro céu, sacudi, insisti, e nada.

pré-riscadas no chão as milhares de rotas
os mesmos passeios com outros passos

todas as árvores bem plantadas

o sol alçado
uma sombra sobre o peito

nada dentro do copo, fora a atmosfera enganosa.
em toda parte uma apatia imperturbável.

23.7.10

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19.7.10

O dia em que os homens juntaram suas mágoas e fizeram um pudim.

15.7.10

- Nícolas! Faz mais de meia-hora que você tá nessa janela. To com fome!

- Guenta aí que eu to vendo o mundo se resolver sozinho.

8.7.10

Paul

será mesmo incrível o tal do polvo?
ou a fama é que faz um cefalópode?
quando prevejo, será que vejo?
quando vejo será que falo? Será que pode?
e se disser, serei também um ser-falópode?

crê-se que o polvo vê, daí vidente.
vidente porque vê à frente.
se o polvo vê, por que é que mente?

será o destino a vitória do um sobre o outro?
Não será pouco?

me diz, então, meu caro Paul,
quando essa Copa já tiver sido,
e a disputa houver regressado
do campo para o espírito humano,
quem prevalecerá nessa batalha?

afinal, somos como você,
embora muito mais tristes.
exautamos os grandes campeões,
emprestamos deles as vitórias,

mas seguimos arrastando o cérebro entre os corais.