30.7.10

o copo servia pra guardar tudo
e a brincadeira era sorver com goles pequenos

daí eu segurei o dito com as duas mãos
estiquei os braços erguendo-o na minha frente.

e pedi. venham. entrem no copo.

esperei um pouco. olhei pro céu, sacudi, insisti, e nada.

pré-riscadas no chão as milhares de rotas
os mesmos passeios com outros passos

todas as árvores bem plantadas

o sol alçado
uma sombra sobre o peito

nada dentro do copo, fora a atmosfera enganosa.
em toda parte uma apatia imperturbável.