ao espelho
Cada parte realiza um trabalho:
único e insubstituível.
Aos olhos pequenos e implantados
coube a difícil tarefa de comunicar-se.
Enquanto que aos lábios compactados
restou desmentir o discurso dos primeiros.
O nariz - ampla e ridícula estrutura
fez-se eixo e destino para todos os traços
As alças acústicas e bem humoradas
filtram o ruído para um mundo sem névoa.
Os cabelos revoltosos e informes
roubam dos dias seus vestígios e,
junto aos dentes, exigem diariamente:
a higiene que os desvestirá dos excessos.
À barba repleta de falhas
deu-se a invenção de uma geografia
Onde, tal qual o planeta,
tem mais água na face do que terra.
Mais pele do que pêlo
E por baixo ainda há o fogo.
que molda e aquece do todo
suas mínimas partes.
Ao espelho o mim olha o eu.
Estes, por sua vez, desmentem o discurso dos primeiros
aos sempre atentos e bem-humorados.
Os revoltosos riem da ridícula estrutura.
Os dentes desvestem-se.
Vemo-nos. O mim e o eu.
Seguindo por ruas que inventamos.
Mais de tédio que de necessidade.
E quando damos por nós,
tudo acontece a despeito de nosso cuidado.
Nosso rosto se move na medida do tempo
e não da vontade.
Nós não existimos.
Eles nos existem.
À querida Michele que me serviu de consciência poética, e conselheira de estilo, sem nem cobrar por isso. Sem ela, não teria saído o trabalho do Wellington.
único e insubstituível.
Aos olhos pequenos e implantados
coube a difícil tarefa de comunicar-se.
Enquanto que aos lábios compactados
restou desmentir o discurso dos primeiros.
O nariz - ampla e ridícula estrutura
fez-se eixo e destino para todos os traços
As alças acústicas e bem humoradas
filtram o ruído para um mundo sem névoa.
Os cabelos revoltosos e informes
roubam dos dias seus vestígios e,
junto aos dentes, exigem diariamente:
a higiene que os desvestirá dos excessos.
À barba repleta de falhas
deu-se a invenção de uma geografia
Onde, tal qual o planeta,
tem mais água na face do que terra.
Mais pele do que pêlo
E por baixo ainda há o fogo.
que molda e aquece do todo
suas mínimas partes.
Ao espelho o mim olha o eu.
Os implantados seguem pelo mapa prescrito
no que desembocam nos compactados.Estes, por sua vez, desmentem o discurso dos primeiros
aos sempre atentos e bem-humorados.
Os revoltosos riem da ridícula estrutura.
Os dentes desvestem-se.
Vemo-nos. O mim e o eu.
Seguindo por ruas que inventamos.
Mais de tédio que de necessidade.
E quando damos por nós,
tudo acontece a despeito de nosso cuidado.
Nosso rosto se move na medida do tempo
e não da vontade.
Nós não existimos.
Eles nos existem.
À querida Michele que me serviu de consciência poética, e conselheira de estilo, sem nem cobrar por isso. Sem ela, não teria saído o trabalho do Wellington.
2 Comments:
Adorei!
Saudade Jao
Beijo
Sem cobrar nada?!?!
nananinanão!!
trate de tirar dez e mandar a nota pro instituto de biociências!!!
rsss
Beijo!
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