29.9.08

E de uma vez só me dou conta de várias das ilusões que fabriquei pra não sentir dor.

E penso que, uma vez compreendida a distância íntima entre o que é bom e o que é iníquo, deveria haver esse lugar na vida, essa dimensão, em que se pudesse meditar sobre as coisas belas a despeito de todo o resto.

Porque o contraponto define, afinal, o valor de cada coisa. Mas impede que a maldade seja absoluta, e a beleza infinita.

A simples existência desse contraponto impossibilita que as coisas assumam sua forma pura, e esta agora seria tão indispensável...

Hoje eu queria até mesmo a maldade absoluta, para que eu pudesse entender um pouco mais. Quem sabe sobre a tristeza, quem sabe sobre qualquer outra coisa em mim que ainda me seja estranha. Que lá dentro estivesse eu também, há anos em apnéia esperando por mim. Sonhando, em um lugar que é só noite; e querendo um só instante de perplexidade.

1 Comments:

Anonymous Anônimo said...

Ando atrás de um momento de perplexidade também, rapaz; despojada e intensa, daquelas indisfarçáveis. Ando com saudades também. Forte Abraço!

1:24 PM  

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