6.11.04

Rio de Janeiro

O segredo meu é andar distraído pra forçar o mundo a me surpreender. E ele me sorri aquele sorriso amarelo que deve ser Deus. Só pode ser Deus.

... menino da Igreja, correndo sem jeito, de pé machucado e mares de sorrisos loucos. E eu não entendo mais os sorrisos dos meninos. Eles me comovem e só!

Tudo impregnado de um tal Rio-de-Janeirismo inexplicável. E há lugares que nunca deixam de ser.

São as palavras que cuidam das coisas tediosas.

Um bidê tão irremediavelmente bidê de onde jorram águas vivíssimas. Aqueles tristes pés vestindo meias, tão negras. E um homem tão nada; descalço e tão sem bidê, lança-se pra morrer num átimo, aquele estranho tudo que levou uma vida toda pra viver.

Acalmemo-nos, sim?

Os meninos estão sorrindo amarelo, este impregnado de um certo Rio-de-Janeirismo quase inexplicável. Aquele quase dos frustrados, quase viventes, quase amantes, que por muito pouco não tiveram a ânsia de morrer nos beijos do outro, e que por quase se entregarem de todo, não fizeram amor.

Mas há lugares que nunca deixam de ser! E não combinam com quase.

Ora, pois não sejamos arrogantes, o homem é que é quase homem. Os lugares simplesmente são.

Em uma cama em Copacabana um velhinho veste meias para morrer; e num bidê na Barra outro senta e espera a morte; pois é da pedra do Arpoador que um último se lança, tão descalço e sem bidê, para finalmente conhecer o sem fim do mar, tão distante da vida, e quase inexplicável.

O quase que é Deus escondido nos homens.

O quase que é morrer na boca dos outros.

... O quase que é beijar-se a si próprio pelos lábios de Deus.

1 Comments:

Blogger Molly said...

o quase louco do nick... ou quase são? ;o)

6:14 AM  

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