bedeis palmareanos (2002)
"- Pra dentro da classe!
- Agora?
- Não, não! Amanhã!
- Tá...
- ...
- ...
- Entra logo muleque!
- Agora?
- Não, não! Amanhã! Droga!
- Tá...
- ...
- ...
- Você não vai entrar mesmo na classe, né?
- Já amanheceu?
- Agora, eu disse!!!!!!!
- Calma, calma, você muda as coordenadas derrepente e ainda grita comigo?
- Como você é chato! Entra na sala!
- Ah, agora você vai ter que esperar, eu sou sensível a mudanças, estou a um passo da imediato-fobia. Meu médico recomenda que todas as mudanças repentinas devam ser primeiro ponderadas para que, daí então, amainado seu caráter imediatista, possa-se seguir por novo rumo...
- ...Eu não vou pedir denovo!
- Sorte a minha então, presumo eu, não sei.
- ...grrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
- Posso ver que você também é imediato-fóbica! Mas não se irrite agora! Guarde um pouco dessa ira para quando você se der conta de que a professora está a 10 metros daqui, vindo em nossa direção e que todo seu trabalho foi em vão. E guarde um pouco dessa raiva também, para quando você refletir sobre sua profissão e perceber que você representa a manutenção da ordem dentro da própria desordem. E que isto pode ser um tanto quanto heróico para quem escuta, mas não para quem observa e sente que há algo de errado. Finalmente, guarde sua raiva para todos os dias do ano nos quais você terá de aturar alunos chatos como eu, e guarde também para seus momentos nostálgicos em regozijar-se do passado e perceber que tudo que você fez em toda sua vida "madura", foi ordenar sem pensar por que ordenava, obedecer sem pensar no verdadeiro porquê a que se obedecia, e viver sem saber verdadeiramente para quem se vivia.
- Você é muito cheio de si para sua idade. O que será de crianças como você quando perceberem que podem aprender com os adultos?
- Penso do avesso. O que será dos adultos quando estes perceberem que poderiam ter
aprendido com as crianças? Quem terá mais tempo para recobrar as decepções e os arrependimentos?
Um estuda o outro organiza a desordem, cada um vive o que sente. E morrerá no que sente. "
- Agora?
- Não, não! Amanhã!
- Tá...
- ...
- ...
- Entra logo muleque!
- Agora?
- Não, não! Amanhã! Droga!
- Tá...
- ...
- ...
- Você não vai entrar mesmo na classe, né?
- Já amanheceu?
- Agora, eu disse!!!!!!!
- Calma, calma, você muda as coordenadas derrepente e ainda grita comigo?
- Como você é chato! Entra na sala!
- Ah, agora você vai ter que esperar, eu sou sensível a mudanças, estou a um passo da imediato-fobia. Meu médico recomenda que todas as mudanças repentinas devam ser primeiro ponderadas para que, daí então, amainado seu caráter imediatista, possa-se seguir por novo rumo...
- ...Eu não vou pedir denovo!
- Sorte a minha então, presumo eu, não sei.
- ...grrrrrrrrrrrrrrrrrrr!
- Posso ver que você também é imediato-fóbica! Mas não se irrite agora! Guarde um pouco dessa ira para quando você se der conta de que a professora está a 10 metros daqui, vindo em nossa direção e que todo seu trabalho foi em vão. E guarde um pouco dessa raiva também, para quando você refletir sobre sua profissão e perceber que você representa a manutenção da ordem dentro da própria desordem. E que isto pode ser um tanto quanto heróico para quem escuta, mas não para quem observa e sente que há algo de errado. Finalmente, guarde sua raiva para todos os dias do ano nos quais você terá de aturar alunos chatos como eu, e guarde também para seus momentos nostálgicos em regozijar-se do passado e perceber que tudo que você fez em toda sua vida "madura", foi ordenar sem pensar por que ordenava, obedecer sem pensar no verdadeiro porquê a que se obedecia, e viver sem saber verdadeiramente para quem se vivia.
- Você é muito cheio de si para sua idade. O que será de crianças como você quando perceberem que podem aprender com os adultos?
- Penso do avesso. O que será dos adultos quando estes perceberem que poderiam ter
aprendido com as crianças? Quem terá mais tempo para recobrar as decepções e os arrependimentos?
Um estuda o outro organiza a desordem, cada um vive o que sente. E morrerá no que sente. "
2 Comments:
bedeis...que coisa mais antiga!
bem assim mesmo.
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