Juliana

Essa chuva fininha, que brinca os ouvidos, espia sua mão descansando meu peito
Barulhinho da chuva, que dança lá fora, me lembra seu beijo no beijo do meu.
Esse beijo gostoso, largado comprido na boca do outro me lembra esquecer
Um amar, de criança sem jeito, me traz este sonho de vida maior.
Teu olhar, de pedir sem dizer, sai pingando gotinhas nesse nosso chover...
Nosso tempo, de tempo maior, não nos quer esquecidos do outro ou do um
Sabe menina bonita que a chuva pinguenta somos nós a pingar.
Não és tu que gosta da chuva, que diz que ela é boa, boa assim toda de se molhar?
Menina, que toca o mundo nos dedos, que estica nos braços a vida e o viver?
És tu, me contaram nos beijos, que ama de inteiro, e pedaço não quer.

...Digo do barulhinho bom de ninar, tu da beleza sagrada de se molhar...
...Estamos de amor nessa chuva chuventa...Que não faz, senão, nossos mundos brincar...

Um que escuta o barulho fininho, outro que dança e dança até se molhar....

...Nessa cama (de corpos unidos na boca) uma chuva teimosa nos faz enganar...

Nossos corpos se entendem lá fora em um só corpo sozinho que, ora se expande e se molha, ora se encolhe e se põe a ninar.


"...no final do meu corpo é você respirando,




e eu nos teus olhos entendendo de mim..."








eu te amo