12.8.06

Eu freio e a verdade incide. Eu não faço sentido. Quantos semáforos ainda até tudo trocar-se pelos meios, e as coisas deixarem de ser. O Uno ao meu lado é uma moça de uns quarenta e tantos. Cabelo vermelho, sintético, afeito em um rabo firme e inerte. Sinto vontade de pedir uma informação, mas quanto ao trânsito não há maiores dúvidas. Pergunto qualquer coisa de dentro da minha estupidez:

- Essa aqui é a Paulista, não é?

no que ela ri um riso médio e transtornado de pena:

- Sim, ali é o MASP... - apontando para o óbvio redescoberto.

-Você acha que eu sou uma pessoa de quem se possa gostar?

Mas o semáforo, embora nos fosse o mesmo, abrira antes pra ela. E eu sobrava com uma avenida toda pra transpor sem uma resposta.

Em São Paulo, tudo é grande demais. Uma sensação mista de excesso e falta de espaço.
A cidade comprimindo o vidro do carro, querendo entrar. E uma avenida que sempre termina no mesmo lugar, me separando de alguma outra coisa.

2 Comments:

Blogger Pedro Pimenta said...

Pôxa nícolas.
Estou com saudades,
se você tiver algum tempo nessa sua vida de sucessos, vamos nos encontrar, eu queria te dar um presente...

9:01 AM  
Blogger Mariana said...

Gosto de entrar aqui de vez em quando e me sentir perto de você. Sentada nesse banquinho só te observando de longe e vendo você crescer...

5:58 PM  

Postar um comentário

<< Home