13.6.11

sp

I

Minha cidade materna
onde a miséria e a elegância
coabitam e desconvivem
diluídos numa mesma garoa punitiva:
reverso de benção
pro noturno batismo regado à cachaça
onde sagramos nosso coração maldito.

e quanto mais bêbado
melhor também se apresenta
o vulto do amor envergonhado
esquecido tanto quanto apreciado
e que nos navega também
mesmo quando rechaçado:
estranho pulso regular dentro de pedra



II

amor paulistano
teimoso veleiro de lata
vencendo o asfalto encharcado