Cidinha, filha de Soninha, era filha de nossa empregada.
E embora fizesse de obrigada, Cidinha
gostava mesmo de menear a massa crua.
Era a única coisa de que gostava fora eu.
Então eu ficava vendo dia todo
ela arejando a massa.
De costas pra mim
Tão simplinha!
E com tanto gosto ia
que às vezes parecia
que a mão também se arejava.
Eu via a mão toda branca
feito luva de farinha
e ficava na dúvida:
Talvez a massa também mudasse a neguinha.
Então chamava às vezes ela de pãozinho-meu
só pra ver ela irritada de tanto me gostar.
Um dia, olhando ela bem bonita,
sorrindo a maciez do pão futuro.
Disse-lhe muito acertivo como se tornado um homem:
- Deixa essa massa e vem cá um pouco comigo.
Vinha, também, como se tornada mulher,
e nem lavar a mão, Cidinha não quis
Foi por isso que eu conheci o amor muito cedo.
É que Cidinha me tocou com umas mãos que já amavam.
E embora fizesse de obrigada, Cidinha
gostava mesmo de menear a massa crua.
Era a única coisa de que gostava fora eu.
Então eu ficava vendo dia todo
ela arejando a massa.
De costas pra mim
Tão simplinha!
E com tanto gosto ia
que às vezes parecia
que a mão também se arejava.
Eu via a mão toda branca
feito luva de farinha
e ficava na dúvida:
Talvez a massa também mudasse a neguinha.
Então chamava às vezes ela de pãozinho-meu
só pra ver ela irritada de tanto me gostar.
Um dia, olhando ela bem bonita,
sorrindo a maciez do pão futuro.
Disse-lhe muito acertivo como se tornado um homem:
- Deixa essa massa e vem cá um pouco comigo.
Vinha, também, como se tornada mulher,
e nem lavar a mão, Cidinha não quis
Foi por isso que eu conheci o amor muito cedo.
É que Cidinha me tocou com umas mãos que já amavam.