28.5.06

olha o semeador mecânico!



...ah!
voou...

27.5.06

foi como desenhar um portão entre aquelas claves. Uma correria de rios oclusos, que se arremessassem contra a exatidão. E ela, a mulher mais linda do mundo, suspendendo os minutos em sua discreta intromissão entre os assuntos do universo. Eu era tão melhor nos olhos dela. Tão absolutamente grande. Cansado de tanto implorar por aquela impossibilidade feminina, e ela então. Como pode existir alguém que resida simultaneamente no espaço e no sonho? Que exista em matéria, e em névoa onírica? Que me conjugue entre o desejo e o sossego e me multiplique entre os demais homens?

Como pode alguém me ensinar tanto sobre mim?
Me comprimir contra o seio para que sejamos fluxo apenas...
para que sejamos; apenas.
Como eu pude ignorar que você já havia?
Que em semi-sono enquanto eu tomasse café, você já havia.
E que sempre, quando me debruçava sobre a minha janela, e em nada pensava,
eu te esperava sobre a sua janela.
Eu te pintava sobre a minha paisagem.

Casa comigo moça,

eu quero passear com você.

20.5.06

Deixei o café na mesa e fui deitar os olhos num ponto sem luz.
O sol, em querer-se pouco para o dia, fazia entender frio.

Conformei que me sobrara comentar aos ramos,
quão raro era:
que florissem enquanto fosse Outono.

Alarmante até,
que inventassem a primavera
desdenhassem o outono
e reprimissem o inverno.

Que pudessem romper
o senso do óbvio,
e que brigassem em silêncio.

O meu Silêncio,
em deitar os dedos por sobre as teclas
sem o intuito, porém, de fazer-lhas soar.

Então dos meus goles, fundos;
respondiam assim:
Amarelo, Rosa, Branco...

do meu riso incerto,
riam simiescas:
saber o Verde, o Azul, o Vermelho...

Enfeitando a minha existência
com seu despudor.

Incrível,
que as coisinhas simples
nos sejam mistério.

Que eu faça tanto barulho por nada.

e que,
silenciosamente,
e sem pensar,

saibam os ramos
transtornar a vida.

17.5.06

Desculpa a demora.
Mas é que a culpa demora passar.

16.5.06

Não cheguei ainda nessa de ceticismo.
Quero achar meu papel por aqui.
Se um dia eu virar cético, que seja nesse tal dia.

Hoje eu penso em ser um pontinho de mudança
Se um dia eu virar pedra: deixo para quando ser pedra me servir.

7.5.06

left from it
and yet so calm

those things that must not be
what lays beyond

kept from us
for everything we hide

oblivion
gets
its
share

from what we must forget.