Posta-se em frente ao carro
e então dança,
já que não sabe o malabarismo.
Dança uma dança confusa,
que dos pés movediços,
percebo a música que não está.
Dança de uma necessidade
sem arte alguma, e ainda assim
fazendo daquilo arte.
Samba um samba tosco e bruto
Um híbrido convulso,
Uma verdade irrequieta.
Samba a fome do fim da tarde,
A aspereza do asfalto;
Samba o concreto, sem samba algum.
E eu me percebo dançando com ela,
num semáforo fechado,
no seu baile de 15 anos.
Os automóveis piscando luzes,
daquelas azuis dos carros importados.
Nós dois descalços, famintos.
Então distinguimos bandejas de salgados,
Canapés, tortinhas, caldos.
Daí doces, bolos, sorvete.
E atacamos a opulência como animais.
Matamos o frango desfiado pela segunda vez.
Mergulhamos com a cara no bolo.
Bebemos bebidas caras,
Rodamos apoiados um no outro.
Caímos feito bêbados no chão.
Somos felizes.
Ela, porque finalmente pertence ao mundo.
Eu, porque me liberto dele.
Valsejamos aquele samba estranho,
Cheio de formas e cores,
Damos um caminho pra ele.
Cumprimentamos as pessoas
que sorriem sem esforço,
Cheias de dentes!
Então escondo uma mão no terno,
de onde tiro uma moeda pequena,
Ela guarda, linda, no decote do longo.
Aquietamos para medir a distância.
Entre o meu vidro francês
E a realidade dela.
Estamos felizes.
Ela, porque me vendeu um samba.
Eu, porque posso ser de novo.
e então dança,
já que não sabe o malabarismo.
Dança uma dança confusa,
que dos pés movediços,
percebo a música que não está.
Dança de uma necessidade
sem arte alguma, e ainda assim
fazendo daquilo arte.
Samba um samba tosco e bruto
Um híbrido convulso,
Uma verdade irrequieta.
Samba a fome do fim da tarde,
A aspereza do asfalto;
Samba o concreto, sem samba algum.
E eu me percebo dançando com ela,
num semáforo fechado,
no seu baile de 15 anos.
Os automóveis piscando luzes,
daquelas azuis dos carros importados.
Nós dois descalços, famintos.
Então distinguimos bandejas de salgados,
Canapés, tortinhas, caldos.
Daí doces, bolos, sorvete.
E atacamos a opulência como animais.
Matamos o frango desfiado pela segunda vez.
Mergulhamos com a cara no bolo.
Bebemos bebidas caras,
Rodamos apoiados um no outro.
Caímos feito bêbados no chão.
Somos felizes.
Ela, porque finalmente pertence ao mundo.
Eu, porque me liberto dele.
Valsejamos aquele samba estranho,
Cheio de formas e cores,
Damos um caminho pra ele.
Cumprimentamos as pessoas
que sorriem sem esforço,
Cheias de dentes!
Então escondo uma mão no terno,
de onde tiro uma moeda pequena,
Ela guarda, linda, no decote do longo.
Aquietamos para medir a distância.
Entre o meu vidro francês
E a realidade dela.
Estamos felizes.
Ela, porque me vendeu um samba.
Eu, porque posso ser de novo.